ONDE TUDO COMEÇA

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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A DOR E A DELÍCIA DE SER HUMANAMENTE O QUE SE É...




A DOR E A DELÍCIA 
DE SER HUMANAMENTE O QUE SE É...  


A POUSADA

O Ser Humano é como uma pousada
Cada manhã um novo convidado chega
Uma alegria, uma depressão,
Uma consciência momentânea aparece
Como um visitante inesperado
Dê boas vindas e acolha a todos
Até mesmo se eles forem uma multidão de tristezas
Que violentamente agitam sua casa
E esvaziam toda sua mobília
mesmo assim, honre a todos os seus hóspedes.
Eles podem estar clareando você com algum novo deleite
Um pensamento obscuro, uma vergonha, 
receba-os sorrindo à porta, e convide-os a entrar.
Seja Grato a quem vier, 
porque todos foram enviados 
como guias do além. 
(Rumi)


Joan Borysenko em seu livro Cuidando do Corpo, Curando a mente, (p.167),  fala que há 3 atitudes perante as emoções que permitem seu uso construtivo:
  1. É humano e natural sentir emoções. As emoções são o sal da vida;
  2. Você tem o direito de sentir o que quer que seja, quer as emoções se justifiquem ou não. Nem você nem ninguém tem o direito de lhe dizer que não deve sentir como está se sentindo.
  3. As emoções negativas são uma grande oportunidade para aumentar o autoconhecimento. É somente através da aceitação de nossas reações a nós mesmos, a situações e aos outros que podemos discriminar os escusos departamentos do ego.

E ela diz mais: 
“As emoções negativas não são ruins. Elas são humanas. Na maioria das vezes são adequadas. (...) Quando se fica doente, a resposta mais natural é sentir-se deprimido perante o que se perdeu e talvez com raiva e frustrado. Embora não se precise ficar preso a esses sentimentos, é por aí que muita pessoas começam. A reação natural à dor é a raiva. (...) Esconder as emoções acreditando que não tem o direito de senti-las e portanto sentir-se impotente é o que leva a um estado emocional mais perigoso, pelo menos em alguns casos, a um pior prognóstico.
As únicas emoções negativas são as emoções que você não permite a si próprio e aos outros senti-las. As emoções negativas não o prejudicarão se você expressá-las de forma adequada e em seguida abandoná-las. Segurá-las é muito pior.”

Fiquei super feliz quando “ouvi essas palavras. Eu já estava me achando meio culpada por estar me sentindo um tanto ou quanto arrasada, obsessiva e ansiosa diante do novo tratamento, uma quimioterapia que está me fazendo perder os cabelos. Os protocolos que até então eu vinha fazendo não me levaram à perda dos cabelos e eram mais brandos. 
Como forma de alívio, sempre encontro nas palavras e numa conversa com ouvidos amigos uma forma de conforto e desabafo. Mas dessa última vez, ao falar por diversas vezes sobre esse assunto que estava me angustiando bastante, ouvi os seguintes comentários de duas amigas distintas: - Você está muito focada na doença. Esquece a doença. Foca na vida! Pensa em outras coisas e etc...” 
E aí fiquei um tanto ou quanto surpresa, me senti incomodando com esse papo desagradável para o outro e também chateada por me sentir incompreendida. Pô, na verdade, estou vivendo um momento especial, diferenciado e sobretudo totalmente novo para mim em todos os sentidos: novo no visual, novo nos efeitos colaterais no corpo, novo porque tive que implantar em meu corpo um catéter, novo porque o protocolo exige exame de sangue duas vezes por mês num intervalo de quinze dias, novo porque as aplicações se realizam em três semanas consecutivas para totalizar um ciclo de 21 dias... Enfim... é tudo novo e de uma novidade diferente! E tenho que estar bio-emocionalmente disponível para aceitar e compreender tudo isso da melhor forma possível, entendendo que posso ser bastante feliz apesar de todos esses percalços. Fazer-me feliz. Me dar essa felicidade. Me dar esse direito, me dar esse estado! Pensar que o importante é viver bem e com qualidade de sentir e apreciar a vida  desperta dentro de mim a cada dia. Mas preciso de tempo para assimilar todas essas perdas. Preciso de tempo para esse “luto”. E preciso verbalizar, desabafar, colocar para fora todo esse sufoco. Sei que nem todo mundo quer ouvir falar sobre doença. Mas eu procuro não me abrir com “todo mundo”. Poupo os ouvidos de muita gente com minhas chateações do tratamento. Pra grande maioria, sempre digo que está tudo ótimo... E quando me abro emocionalmente, procuro aquelas pessoas que acho que vão me entender ou estar mais emocionalmente disponíveis para me ouvir. Uma das amigas ora envolvida, inclusive, já passou pelo câncer. Ok... Estou mudando de assunto... puxando meu freio de mão, ou melhor, de língua...  Descobri que não é bem assim. Tudo bem! Daqui pra frente, vou procurar segurar minha “onda”. Mas... saber que posso sentir o que quiser, que quaisquer sentimentos são naturalmente humanos e permitidos me deixa extremamente feliz e confortável dentro de minha própria pele. Não sou uma ET! E muito menos uma chata ou desfocada! Vibram em mim todas as dores e delícias de ser humana. Que maravilha!








terça-feira, 1 de dezembro de 2015

RITUAIS COMO FORÇA CURADORA



RITUAIS

RITUAIS SÃO:
Entrada num sagrado espaço da mente;
Uma forma de honrar a essência de nossa humanidade;
Reconhecimento do poder das forças invisíveis que curam e conectam e transcendem;
Ritos de separação de velhos modos de ser e pensar e agir e integração de novos modos de viver;
Comunicação e celebração, solenidade e ocasião para profundo silêncio interior;
Formas que todas as sociedades usam para dar significado, riqueza e estrutura à vida;
Cerimônias sagradas.
(Jeanne Achterberg)



Dezembro chegou e com ele a consciência do findar de um ciclo. 2015 vai se despedindo lentamente no fluir das horas e dos dias. Foi um ano mundial e nacionalmente tumultuado, marcado por guerras, desastres ecológicos e muita corrupção política aqui no Brasil. Em minha vida pessoal, inaugurei a quimioterapia com o taxol e pela primeira vez vejo meus cabelos ralearem e caírem. É uma fase totalmente nova para mim. Quero sobretudo que a quimio dê certo, que meu corpo responda ao tratamento, que eu consiga emocional, espiritual e mentalmente promover as necessárias mudanças para que isso possa acontecer e se refletir em nível físico. Ainda ando muito tumultuada nessa área sutil de mim mesma. Ainda me destempero com facilidade. Ainda sou superficial e me deixo agitar pelos acontecimentos a minha volta. Parece - e isso é quase certo! - que não fiz o dever de casa emocional e espiritual que deveria fazer, priorizando o que deve ser priorizado, descartando o que deve ser descartado, celebrando rituais para fechar ciclos e abrir outros novos. O monge beneditino Alnselm Grün, da Abadia Münsnsterschwarzach (Alemanha), explica que os rituais estruturam a vida e lhe dão profundidade e cor. Ele diz que rituais fecham uma porta e abrem outra porta. "Esta imagem é válida para os ritos de passagem: para o nascimento e a morte, para o dia e a noite, para o trabalho e o lazer. Se a porta do dia não for fechada à noite, não podemos adentrar a noite de maneira apropriada. O dia irá marcar a noite e muitas vezes não nos deixará dormir direito, quando nós não conseguimos encerrá-lo de forma consciente". De acordo com ele, rituais não têm nada a ver com produtividade. Eles querem ser justamente o contrário. Querem preservar um espaço livre em meio às exigências da vida, em meio às situações de estresse, no qual se possa respirar, no qual se possa apreciar o ter tempo para si, um tempo sagrado, do qual ninguém poderá dispor.
Achei essas colocações perfeitas. Tenho abandonado isso ou me esquecido disso. Vou vivendo meio que no piloto automático dos acontecimentos e quando me dou conta as horas já passaram, os fatos me engoliram o dia já findou, a noite chegou e pouco dei atenção ou abri espaços para os necessários encontros de cura comigo mesma.

Hoje, ao acordar, quando fiz a chamada geral dos ossos para o despertar, como dizia meu marido, senti a região do meu quadril esquerdo dolorida. Estou estranha do lado esquerdo dessa região. Ando e pontadinhas de dor vão se revelando. Pergunto-me o que pode ser, mas na verdade de nada sei. Não quero fazer suposições de algo pior evoluindo ou acontecendo dentro de mim. Ter câncer é isso aí: uma eterna surpresa, um eterno cuidado, um possível e constante estranhamento. Ao acordar, fui logo para o espelho fazer uma maquiagem. Acordo parecendo um frango esganiçado que acabou de ser depenado ou de levar uma surra. Os cabelos ralos, os olhos com poucos cílios, a sobrancelha rarefeita tudo contribui para deixar a aparência como se fosse uma alma do outro mundo acabando de encarnar... rsssss... Impossível não tentar brincar fazendo uma comparação dessas! Temos que rir da tragédia que nos abate. Sempre! Tornar mais leve as coisas pesadas é fundamental. Bom, mas como ia dizendo, diante do espelho, aos pouquinhos vou devolvendo a mim uma aparência que julgo mais razoável e bonitinha. Me arrumo, me pinto e me enfeito como posso. Outro dia estava pensando nesse novo “romance” com  essa minha nova aparência. É uma lua de mel. Uma fase de imersão, mergulho nas novas imagens e sentimentos que desabrocham, procurando um reconhecimento do que ficou e do que se foi. Lamentos, choros e lágrimas silenciosas são por vezes inevitáveis, por isso, busco um novo casamento, novas bodas com essa nova aparência que desponta irreversivelmente sem ser desejada ou convidada mas que faz parte do tratamento, faz parte da cura, faz parte da jornada, faz parte da travessia. Costumo dizer para mim mesma palavras como romance, enamoramento, lua de mel, paixão porque estou despertando de fato para uma conquista de mim mesma, de minha nova aparência e derramando sentimentos de amor, aceitação e gratidão por esse novo ser que em mim se revela nessa nova fase. Uma nova estação. É apenas isso! E está se me abrindo diante dos olhos trazendo-me ao encontro de uma nova realidade até então desconhecida, não vivida, não experimentada nem na carne, nem na alma. Ontem ouvi a entrevista de Mark Nepo (http://fivetothriveplan.com/thrive-thoughts/category/iheartradio-exploring-inner-transformation) e ele fala em milagres e fala na jornada de coração aberto, permitindo que a Luz entre e se manifeste neste nosso caminhar. Meu lado espiritual anda meio abandonado ou bastante superficial. Gosto de pensar que nada é por acaso, como afirma Elizabeth Kübler-Ross. Gosto de pensar que não existem coincidências. Que tudo está interligado. Que esse adoecimento faz parte de minha jornada de crescimento espiritual por esta vida. Be “open-heart”, recomenda ele. Ou seja, procure estar aberta e sensível para tudo que se manifesta a sua volta e lhe ensinando. E o mantra é: Me tornar uma aluna da vida. Ver cada acontecimento como uma lição. 

Devo dizer por outro lado que hoje estou meio assustada. Meu corpo me envia sinais de dor aqui e ali. Agora, por exemplo, na região do timo. Não sou de incomodar santos pedindo-lhes favores ou milagres. Tenho dificuldade para isso. Será um sentimento de onipotência??? Mas quero ardentemente um milagre: a remissão espontânea deste câncer!

Joseph Campbell fala que os rituais para os povos primitivos tinham como significado maior não o de controlar os acontecimentos, mas o de submissão aos aspectos inevitáveis do destino. Penso então que os rituais vêm para nos fortalecer, nos encher de coragem e capacidade de enfrentamento das adversidades e desafios que se colocam a nossa frente. No meu caso específico, o enfrentamento do câncer. Então que venham os rituais como parte do tratamento, coadjuvantes da cura! E que sejam abençoados  e alimentados pela cura através dos Deuses e Deusas, fontes da sagrada energia que a tudo permeia neste Universo!



segunda-feira, 23 de novembro de 2015




 A EXPERIÊNCIA DO SAGRADO,  
MINHAS PEQUENAS EPIFANIAS
E MEU SENTIMENTO DE GRATIDÃO


Tenho me perguntado por onde passa minha experiência do sagrado a cada dia. Viver, experimentar, fluir com a presença do câncer em meu corpo a cada momento se traduzindo em algum tipo de linguagem é um sentimento que ora é incômodo, ora parece fazer parte da banalidade e rotina do dia. Só que não é. As horas fluem, a vida escoa e  a cada passo que dou, tudo é sempre muito decisivo, pois, afinal, o tempo não espera  por ninguém e caminha-se sempre em direção ao fim misterioso, aparente ou ilusório de uma existência, cujo sentido maior ou significado mais profundo pouco ou nada sabemos e tudo supomos. 

Meu dia começa quase sempre assim: Acordo, abro os olhos e a primeira coisa que faço é ouvir os sons do dia a minha volta. Estabelecer contato com os ruídos que me chegam nesse despertar me põe em sintonia fina com o ambiente a minha volta: é um cachorro latindo, um bem-te-vi cantando, os pássaros da loja de “pet” em frente em alvoroço, alguém falando na rua, pessoas passando nas calçadas, um alarme de carro disparado, uma buzina, ruídos de algum canteiro de obras, a labuta do dia em movimento... Em seguida, entro em contato com meu corpo. Às vezes, esse contato me vem em primeiro lugar, quando é uma vontade maior de ir ao banheiro ou alguma dor que se manifesta. Tento me lembrar dos sonhos da noite... Uma tarefa quase sempre difícil... Algumas vezes, consigo; outras, não.  E nessa linha de sucessão, me despertam os sentimentos: uma pontada de tristeza, uma lágrima que salta inesperadamente ou um lampejo de alegria, um sorriso espontâneo; ou, ainda, uma saudade, uma lembrança repentina, um desejo rodopiando no ar... Varia muito esse cardápio sempre tão surpreendente de sentimentos do dia dentro de mim. E assim meu ser desperta e meu dia começa: passo em revista mentalmente as coisas que tenho que fazer: compras, comida para almoço, pagamentos... E neste exato momento me digo: "- Meu Deus, se viver é sagrado, o que há de sagrado nisso?  Qual a diferença entre o sagrado e o profano em minha ordinária vida? Quais são minhas epifanias?" Bom... Talvez, nenhumas. Talvez sagrado seja isso mesmo: VIVER esse missal das horas no rosário do dia! Talvez sagrado seja exatamente permitir que toda essa trivialidade de gestos que fazem minha vida de cada momento fluir, acontecer, se desenrolar, seguir em seu ritmo normal se dê de forma consciente dos movimentos externos e internos que me invadem como se fôssem  uma prece. Talvez sagrado seja permitir que meus gestos por mais banais que possam parecer, se expressem carregados de prazer, alegria e significado, me permitindo vibrar agradecida e abençoada por estar viva e em movimento, vendo a vida fluir em seus corriqueiros detalhes, sem orgasmos mirabolantes. Porque é desse trivial que meus dias são feitos. Vistos de longe ou superficialmente, podem até parecer rotineiros e vazios, mas não são. São plenos de sentido. Nutridos de sentimentos. Há neles gestos de carinho, sonhos, desejos, medos, dores, alegrias... Basta que eu preste atenção ao que emerge do fundo de mim mesma em cada gesto, em cada pensamento que lá vejo o bordado do medo ou da insegurança, o desenho da alegria ou do desejo da saúde de volta, a tão almejada paz de espírito... Está tudo lá, cintilando, borbulhando seus vapores no ar que eu respiro, subindo à superfície e descendo dentro do grande caldeirão que sou eu mesma... E vêm com todas as cantorias e afazeres simples do dia, embrulhados e se confundido nas coisas aparentemente tão triviais. E que na verdade são realmente comuns  porque fazem parte do dia a dia, não trazem nenhuma chama ou brilho especialmente luminoso ou diferente, não têm o carisma nem o condão de super poderes vindos do além, não levitam no espaço, não se movem sozinhos, não emitem sons por conta própria, enfim, estão lá em seu lugar como sempre estiveram, mas são especiais porque fundam a base do dia. A base do meu dia. É por esses caminhos que transito. Eles têm significado para mim. São verdadeiros, reais, autênticos. Não fazem parte de nenhuma ficção ou fantasia. Sem eles minha vida não ganha chão. É por ali que minha existência minuto a minuto vai ganhando ordem e consistência. Se isso é sagrado ou não, não sei dizer. Só sei que me sinto feliz diante da consciência dessas aparentes banalidades que, ao abrirem meus olhos, me trazem o dia de volta após uma noite de sono e me fazem dizer: 

Bom dia, Luz do dia, 
que me traz alegrias e boas energias! 
Estou viva... 
Amando viver...
E a vida flui...
Obrigada, meu Deus! 


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A JORNADA DO HERÓI OU DA HEROÍNA



A JORNADA DO HERÓI OU DA HEROÍNA





"Heróis são simples seres humanos que aceitaram suas condições,
viveram todas as circunstancias da vida, caíram e se levantaram,sem medo de ser feliz..."
(não sei de mais de quem é a autoria)




quarta-feira, 18 de novembro de 2015

SAÚDE E XAMANISMO



Saúde e Xamanismo...

Para as sociedades xamânicas, a finalidade (da própria vida) é o desenvolvimento espiritual.
Saúde é estar em harmonia com a visão de mundo.
Saúde é uma percepção intuitiva do universo e de todos os seus habitantes como seres de um único estofo. 
Saúde é comunicar-se com animais, plantas, estrelas e minerais.
É conhecer morte e vida, e não ver entre elas diferença alguma.
É misturar e fundir, procurando o isolamento e o companheirismo para compreender nossas múltiplas identidades.



Ao contrário das noções mais " modernas", na sociedade xamânica, saúde não significa sentir nada; nem significa ausência de dor.
Saúde é buscar todas as experiências da Criação e vivenciá -las, sentindo sua textura e seus múltiplos significados.
Saúde é expandir-se para além do próprio estado de consciência para experimentar os sussuros e vibrações do universo."

(Jeanne Achterberg, A Imaginação na Cura - Xamanismo e Medicina Moderna, p. 25)



AMOR, ENERGIA E PODER CURATIVO



AMOR, ENERGIA E PODER CURATIVO

"Muitas pessoas falam sobre energia. Embora a medicina alopata ocidental não tenha muito a dizer sobre o modo pelo qual o fluxo e a troca de energia afetam nossa saúde - para melhor e para pior - essa idéia é um conceito fundamental em muitas das várias correntes de medicina não-alopata. A medicina ocidental não incorpora conceitos que são  agora parte convencional da física, como a famosa equação de Einstein, E = mc2 (energia é igual a massa vezes o quadrado da velocidade da luz. Paradoxalmente, essa equação que levou à produção da bomba atômica também é a base de um dos conceitos mais fundamentais da cura. Nas palavras de Einstein, "Massa (isto é, matéria) é apenas uma forma de energia." Segundo várias opiniões, a doença começa com perturbações da energia que só mais tarde se manifestam fisicamente. Em contraste, um dos mais profundos fatores que favorecem o livre fluxo da energia é o amor."

(Dean Ornish, em Amor e Sobrevivência - Diálogos sobre Ciência e Mistério, p. 166)



LUZ, CURA, VISUALIZAÇÃO




LUZ, CURA, VISUALIZAÇÃO

Durante muito tempo, considerei o câncer como um inimigo, um alienígena, um verdadeiro invasor que, como tal, deveria ser combatido, aniquilado, extirpado do território do meu corpo. Tanto que o nome deste blog surgiu dessa concepção. Assim que descobri a recidiva criei o blog e li o livro A Arte da Guerra com objetivo de melhor entender como deveria me comportar como uma guerreira, tanto no plano físico-espiritual quanto emocional e psicológico contra o inimigo. Vi meu corpo como um campo de batalha em presença do adversário - o câncer. Nos meus exercícios de visualização, ocupava-me em montar imagens agressivas e sangrentas de verdadeiras batalhas ferozes sendo travadas entre as células de meu sistema imune e as células cancerígenas de forma a aniquilar estas últimas. Era uma visualização enérgica, movida a muita raiva e agressividade e ao final eu acabava me sentindo exaurida. Nem sempre eu dava continuidade. Nem sempre eu possuía a necessária disciplina para exercitar essas imagens três vezes ao dia conforme recomendado no livro do Carl Simonton e, por fim, eu acabei abandonando tudo isso. 

Muitas outras leituras vieram depois. E com elas muitos outros aprofundamentos e reflexões. Uma compreensão maior ou mais ampliada ou sob novos ângulos a respeito da doença foi surgindo. E nessa linha de percepção, o entendimento de que o câncer não era um alienígena em meu corpo, como um vírus, uma bactéria ou algo do gênero. Ele era apenas um tecido de meu ser adoecido. Uma parte de meu corpo que se encontrava ferida de morte e completamente desorientada e em desarmonia com o restante do conjunto. Não por acaso, me veio ao encontro o poema da Adelia Prado: Eu ponho o amor no pilão com cinza e grão de roxo e soco. Macero ele, faço dele cataplasma e ponho sobre a ferida. Uma bênção poder ter esse olhar sobre a doença. Tempos depois me cai às mãos a história de cura de Shin-Ichiro Terayama já desenganado de um câncer pelos médicos e mandado para casa em sua fase terminal para morrer em paz junto de seus familiares. Em seu relato, ele afirma que acordava diariamente bem cedo para ouvir o canto dos pássaros ainda pela madrugada, assistir ao nascer do sol, respirar e agradecer a Deus por mais um dia de vida e jogar luz e amor sobre as partes adoecidas do seu corpo, ao mesmo tempo que buscava irradiar todo esse amor para tudo a sua volta. Ele se curou e está vivo até hoje! Leia mais sobre ele em: http://issseem.org/content/uploads/files/Bridges%202010_1.pdf
Posteriormente, vim a ler a jornada de cura de uma artrite reumatóide - doença também considerada incurável e deformante - da psicóloga canadense Marie Lise Labonté, utilizando, entre outros recursos médicos, exercícios complementares de visualização deitando luz e amor sobre as partes adoecidas de seu corpo. 

Bom, histórias como essas, acredito existirem muitas. Um trabalho de pesquisa cuidadoso iria revelar maravilhas sendo operadas nesse sentido. O fato é que, fui mudando minha compreensão acerca da doença com nome câncer. Comecei a enxergar sua profunda dimensão e conexão espirituais. Passei a ver as células cancerígenas como mensageiras do apocalipse* que vieram até mim com uma mensagem de minha alma pedindo mudança - de estilo de vida, de atitude, de concepção de matéria e espírito, enfim... de renovação completa - de minha alma! Ou seja, ressignifiquei a doença, dei a ela uma nova interpretação, uma nova leitura. Passei a vê-la como algo que me chegou trazendo uma informação para o bem. E... a partir daí, já com a mensagem completamente decodificada, busco hoje acrescentar ao meu tratamento ortodoxo e convencional - no caso, uma quimioterapia -, exercícios de visualização passando para as células cancerígenas a mensagem de que sua missão está cumprida, de que nada mais há a fazer dentro do território sagrado do meu corpo, de que agora elas devem silenciar uma a uma e partirem para o fundo mais profundo e escuro das águas do mar, onde nenhuma luz ousa sequer brilhar, nem a luz do sol, nem a das estrelas, nem a do luar e de onde elas não devem nunca mais voltar! É esse o diálogo interno que tenho buscado.

Visualização é um trabalho diário. Mais que diário, é um exercício que deve ser realizado no mínimo três a quatro vezes ao dia. É o que dizem todos que dela se utilizaram com sucesso em seus tratamentos de câncer. Portanto... É remédio. Tem posologia. Requer cuidado, atenção, disciplina e seriedade! Tenho procurado isso! Cada vez mais!

(...) a imaginação atua sobre nosso próprio ser físico. As imagens comunicam-se com tecidos e órgãos, e até células, para promover a mudança.”
(Jeanne Achterberg, A Imaginação na Cura, p. 11)




(*) A palavra apocalipse significa revelação





segunda-feira, 22 de junho de 2015




E SEMPRE TEREMOS O INVERNO...

“O poder do Espírito do Inverno é a Renovação, a Sabedoria e o Conhecimento. É o Poder da beleza e da ressonância harmônica. Da imaginação ilimitada e do intelecto. Dos sábios, anciões e ancestrais, das preces e agradecimentos. É o portal da honra. Período em que as coisas parecem estar adormecidas. Contudo, com a aparente dormência, um dos maiores crescimentos está ocorrendo. É quando a atividade exterior diminui efetivamente."
(Portal: templodaluaterapias.blogspot.com.br)


O solstício de inverno já começou no hemisfério sul,  onde vivemos, bem abaixo da linha do Equador. Aqui não cai a neve como lindamente acontece nos países do hemisfério norte, mas dá pra sentir um friozinho diferente no ar. Há um sol que aquece mais brandamente, indo embora mais cedo do céu e chegando um pouco mais tarde no dia seguinte. Daí resultam uma nova pulsação e novos ritmos: as noites ficam mais longas e os dias mais curtos. O tom de azul do céu é de um anil diferente, tem um brilho mais profundo, o por-do-sol é de um avermelhado mais intenso...Com a diminuição do calor, o corpo pede um agasalho ao cair da tarde, um vinhozinho no meio da noite  ao lado de uma boa companhia, um bom papo - pessoas e livros fazem toda a diferença! - e um cobertor e outros aconchegos na hora de dormir... Lareiras acesas caem bem. Fogueiras e piras nos jardins também. 

Inverno é isso acolhimento e recolhimento, busca de agasalho e concentração de energia. Esse movimento se dá muito visível na natureza: as plantas se recolhem, dão menos frutos, algumas perdem suas folhas. Ali tudo está mais recolhido, mais voltado para dentro de si mesmo. É época de interiorização. Momento de reflexão. De voltar o olhar sobre si. Contemplar a própria paisagem interior num processo de auto-exame, autodescoberta.  O movimento é para dentro, o do olhar contemplativo que des-dobra as múltiplas camadas internas em suas múltiplas dimensões. Porque é disso que somos feitos: múltiplas camadas e múltiplas dimensões. Exatamente como nossa terra-mãe que também se compõe de uma crosta terrestre e mais abaixo, placas tectônicas flutuantes sobre uma outra camada, o magma vivo, sempre em movimento e transformação: erupções e atividades vulcânicas, terremotos, tsunamis, maremotos tudo resulta dessa interconexão... Esse todo indissolúvel e intimamente interligado compõe o amálgama que define não só a natureza do planeta, mas a nós também. Porque somos  igualmente assim: seres sistêmicos, um psicossoma, matéria-mente-espírito interligados por uma sutil energia em constante movimento, transformação e transmutação. “Ondas invisíveis de energia percorrem acima e abaixo da superfície da terra, guiadas por forças inteligentes da natureza. O meu corpo não é tão diferente do seu. Sob as camadas de sua pele, músculos e ossos se expandem e contraem, constroem e se reconstroem, executando várias funções ao mesmo tempo. O que orienta o seu corpo a se desenvolver como ele faz? Quem ou o que o instrui a se regenerar, rejuvenescer ou recuperar a sua saúde?” (citado de Luz de Gaia.com.br)

Nossa vida é esse constante transmudar-se ao longo dos inúmeros ciclos por que vamos passando nessa nossa caminhada pelo chão desse planeta, experimentando essa aventura humana. O inverno é ao mesmo tempo fechamento de ciclo e um tempo de espera na circunvolução das mortes e renascimentos ao longo de uma existência na travessia dessa imaginária linha do tempo. Seu silêncio e recolhimento não significam paralisia. Muito pelo contrário. Essa é uma época em que as forças invisíveis da natureza se encontram em intensa e profunda organização, concentrando todas as energias no fortalecimento daquilo que é essencial para a vida se refazer em novas tessituras, por meio de novos fios, compondo novas tramas e fazendo explodir novos desenhos vivos para que tudo se renove. Sementes germinam silenciosas no fundo da terra trazendo a primavera exuberante em flores, folhas e rebentos. 

O inverno precede a primavera e sucede ao outono no constante ciclo de transformações. No outono colhemos os frutos até então plantados, provando de sua doçura ou amargor. O inverno que chega vem encerrando esse ciclo. É hora de re-ciclar, descartar o velho, aquilo que se deseja que vá embora porque já cumpriu sua função e nada mais há a fazer ou, ainda, liberar o que não fluiu, o que ficou para trás e estagnou e provou ser inútil. Momento de introspecção, de avaliação. Uma pausa para meditação. Um tempo mais dilatado... de escuridão, quietude e sonhos. Época de pararmos para avaliar nossas realizações, conquistas e propósitos de vida  e de nos prepararmos para a dádiva maior das mortes e renascimentos em nosso constante refazimento dos ciclos de nossas vidas. Época de compreensão do que fluiu até agora na própria vida, aceitando o que alcançamos ou não. Um tempo de fazermos as pazes diante do que não veio à superfície, não se revelou... um tempo de poder, um tempo de perdão. Um tempo de compaixão por nós mesmos e por tudo a nossa volta. Uma oportunidade para revermos tudo aquilo que aprendemos em nossa vida, com quem e como compartilharmos esta sabedoria. Um tempo de convite à reflexão  sobre as sementes que queremos lançar e vermos germinadas em prol das flores que irão desabrochar e da colheita dos frutos que desejamos saborear. Um tempo-momento-semente de balanço interno de vida e comportamentos e atitudes, ideias e pensamentos, emoções e dimensões espirituais. Momento não só de quietude, imobilidade, silêncio e observação, mas, sobretudo, de percepção e escuta do quanto a escuridão pode ser profundamente fecunda e luminosa.



Seguem abaixo algumas perguntas importantes para esse momento de reflexão interior. 
Procure um lugar tranquilo onde não possa ser interrompida,  sente-se, preste atenção em sua respiração, se preferir, coloque uma música relaxante e fique em silêncio por alguns minutos. Depois, com um papel e uma caneta, responda as perguntas abaixo, prestando atenção ao que está fluindo dentro de você nesse exato momento... 
SINTA!

Perguntas para o solstício de inverno
  1. O que eu quero deixar ir, deixar liberar para renovar?
  2. O que eu quero deixar fluir?
  3. Onde quero colocar meu esforço?
  4. O que quero semear para nutrir-me no futuro?
  5. O que é saudável para mim?
  6. O que é fecundo para mim?
  7. O que me é prejudicial?
  8. Quais sentimentos me invadem e necessitam ser reciclados?
  9. Quais são os velhos padrões de comportamento que quero descartar?
  10. Que novos comportamentos preciso introduzir em minha vida?
  11. O que está faltando, abrindo lacunas em minha vida?
  12. O que preciso fazer para a materizalização de meus sonhos, meus projetos, minhas inquietações daquilo que efetivamente vale a pena porque é saudável e fecundo e quero ver vingar na minha vida, no meu corpo, no meu caminho?

No frio do inverno, finalmente aprendi que dentro de mim existe um insuperável verão.

Albert Camus





quarta-feira, 27 de maio de 2015



OS DIAS ASSOMBRADOS 
ou 
DE VERDADE, NADA É PARA SEMPRE


A vida é forte, pulsante, vibrante, surpreendente e, sobretudo, milagrosa, misteriosa e mágica. Quando estamos sob seu processo, no percurso desse caminho, vamos nos tornando vulneráveis a todos esses movimentos, ora dentro de nós, ora fora de nós. Doenças que, como o câncer, trazem consigo o signo da dimensão espiritual, têm a especial qualidade de nos permitir vivenciarmos todas essas sensações. Querendo ou não, somos forçados a um despertar, a um estar atento, a uma atitude amorosa de escuta e percepção de tudo aquilo que não só se manifesta dentro de nós, em nosso corpo físico, mental, emocional e espiritual, mas também, no mundo exterior a nós. E muitas e muitíssimas vezes, quando estamos mortalmente feridos, sendo regidos pelo signo de uma doença incurável e degenerativa, a travessia pela conquista da saúde pode ser - e costuma ser - rica de eventos sombrios, desconcertantes e assustados .  Ou, na melhor das hipóteses, também pode não ser. O fato é que, quando nos confrontamos com doenças desse gênero cada dia é um novo dia que se apresenta de uma forma diferente. Hoje, por exemplo, acordei com uma  dor nas costas maior do que nos outros dias. Venho tomando remédio para tentar acalmar esse mal-estar, mas, nada ... respiro e dói. É uma dor que está comigo já há uma semana e que até o momento  não está me impedindo de andar ou fazer outras coisas de meu dia a dia. Mas... é uma dor que provoca estranhamento e surpresa. Olho para ela e sinto-a como uma ameaça: algo está errado! Além disso, é uma dor que me incomoda, que me coloca subitamente em estado de insegurança e ansiedade. Que me faz penetrar no escuro de mim mesma tentando enxergar alguma coisa que possa me apontar o caminho a seguir diante dessa pequena “esfinge” que, de repente, saltou a minha frente apresentando-me suas pequenas garras. A palavra MEDO não me aflora nesse momento nenhum sentimento maior. Também, não quero reforçar esse sentimento dentro de mim. Estar me sentindo insegura e ansiosa já está sendo o suficiente para causar tremores e abalos sísmicos em meus pensamentos.

E já que os remédios estão se mostrando ineficientes para fazer essa dor desaparecer, eu adiciono em meu socorro as palavras do psicanalista Guy Corneau, autor do magnífico livro REVIVRE, no qual ele relata sua jornada de cura de um câncer em estágio avançado: 

Dias difíceis
Eu convido você para meditar... sei bem que há aqueles dias em que nada funciona bem, onde se é incapaz de sorrir para qualquer coisa, nem  adentrar no interior de si mesmo. São aqueles dias onde se pode constatar até que ponto nossas preocupações e nossas inquietudes possuem ainda o poder de nos afastar de nós mesmos. Quando isso me acontece, eu faço então uma coisa muito simples: eu me transformo numa testemunha gentil e mesmo curiosa de toda aquela agitação interna. É a vida que ali está, forte, ruidosa, em movimento, magnífica. De todo modo, tudo é transitório e esse estado vai terminar por se acalmar. Isto pode durar algum tempo, mas acabará por se acalmar.



segunda-feira, 25 de maio de 2015



ONDE ESTÁ A SUA VARINHA DE CONDÃO?

Nós procuramos no exterior a varinha de toque mágico. Mas ela vem do nosso interior. A doença serve justamente para despertar a mágica da vida, cujos recursos dormem, negligenciados. Eu não sei por que razão é tão difícil de se convencer de tal coisa. Sem cessar, eu devo lembrar a mim mesmo. Sem cessar. O mecanismo consistente em buscar a ajuda no âmbito exterior é tão forte que, com a maior facilidade do mundo, nos esquecemos de que as sensações de amor, de paz e de liberdade interior constituem os mais poderosos agentes de cura." 
(Guy Corneau, in REVIVRE, pág. 238 - livre tradução)





Fomos educados em nossa cultura ocidental a só valorizar o que é visível, palpável, “cheirável”, tangível e degustável. Nosso mundo prioriza o físico e seus eventos. O que está fora dessa percepção ou enquadramento, é descartável do ponto de vista científico. Intuições, premonições, sonhos, desejos, fé, arrepios de quaisquer espécies são considerados apenas como meras fantasias que beiram ao quase infantil, ingênuo, inocente e, portanto, sem valor algum a ser ponderado. Assim crescemos com essas crenças. E ao atingirmos a vida adulta, passamos a só nos interessar por aquilo que podemos ver, ouvir, tocar, cheirar, provar. O resto  passa a ser pura superstição ou de relevo apenas para artistas e poetas. É dessa forma que confiamos mais no remédio do que na capacidade do corpo de se auto-curar. Confiamos mais nas palavras do médico do que nos dizem nossas intuições e premonições. Confiamos mais no aparelho que nos escaneia da ponta dos dedos dos pés até a raiz última dos fios de cabelo do que em algum mal-estar angustiante ou sonho que nosso corpo prenuncia. Somos voltados para o lado de fora. Para o exterior. 

Albert Kreinheder em seu magnifíco livro “CONVERSANDO COM A DOENÇA”, nos relata sua experiência e angústia diante de seu colega-médico que, ao diagnosticar-lhe a doença, apenas tinha  os olhos voltados para as imagens projetadas pelos exames, observando , cuidadosamente as fotografias dos tecidos, ossos, órgãos e mesmo as taxas dos exames de sangue, sem dar a mínima para ele na qualidade de paciente inundado de sonhos, desejos, medos, esperanças, ansiedades e sentimentos diversos que não eram capazes de  estar ali  nos exames refletidos. E, no entanto, eram eles de fato que, naqueles momento, comandavam de forma autônoma o espetáculo e se manifestavam tão reais, tão autênticos, tão pulsantes, tão verdadeiros, tão fortes e vibráteis que as batidas de seu coração lhes obedeciam incontroladamente. Mas, não, o turbilhão  de sensações na mente e no corpo dele, paciente, era irrelevante para aquele doutor de formação médico-acadêmico-ocidental. Sua atenta anamnese , seu excelente diagnóstico e a cuidadosa prescrição do tratamento  a ser feito só levavam em consideração apenas a parte física do corpo humano. Como talvez diria o filósofo e matemático René Descartes na atualidade: uma coisa é a razão, outra coisa é a emoção e, por favor, Senhores, não misturemos os canais!

Emoções, sentimentos, pensamentos ainda hoje fazem parte do “pacote” de forma acidental e ainda não são, na grande maioria dos casos, considerados importantes para diagnóstico e tratamento das doenças, sejam elas graves ou não. Mas o fato é que o corpo tem a sua inteligência emocional e ela fala por meio dele. Somos um psicossoma. Cada célula de nosso corpo é um ser inteligente. Reflete, como tal,  em seu microcosmo o espírito que a alimenta e a faz pulsar. Alegrias ou tristezas as fazem reagir de formas diversas. Candice Pert provou cientificamente que os neuropeptídeos , moléculas da emoção, têm o fiel trabalho de se comunicar com todas a áreas do nosso corpo levando-lhes as mensagens emocionais emitidas pelo nosso cérebro. Ter consciência dessa realidade é, talvez, o primeiro passo para acionarmos nossos mecanismos internos de cura. Ao nos conectarmos com nossas emoções, sentimentos e nosso espírito entramos em relação com diversas “entidades” que habitam no interior de nosso ser, quais sejam, o espírito do curador, do mestre, do sábio, do guerreiro e herói, do discípulo...Doenças, tais como o câncer, possuem a  qualidade de fortemente nos conduzir a nossa dimensão espiritual e ao confronto direto com a finitude da vida e nosso limite dentro da dimensão espaço-tempo. Elas são, um despertar  psico-espiritual que nos leva a encarar a vida com toda a sua beleza, força e magia estonteante. Talvez, pela primeira vez, estejamos sendo verdadeiramente tocados pela oportunidade de nos colocarmos face a face com a dimensão do milagre, do sagrado, do mágico e do mistério mais profundo da vida: a dimensão da morte. E talvez, também, pela primeira vez passemos a nos perceber como seres que um dia fomos "enfeitiçados" pelo tempo e nos pertimitimos ser transformados em humanos para vivenciar a rica aventura dessa experiência sobre a face da terra. Portanto... diante do dragão do medo ou da desesperança, o que temos a fazer é  bater  no nosso peito, estendermos nossa mão para o alto bradarmos em alto e bom som: 

SOB AS BÊNÇÃOS DO DIVINO QUE EM MIM HABITA,
EU TENHO A FORÇA! 
EU POSSO!
EU QUERO!
EU MEREÇO!
EU CONSIGO MANIFESTAR A CURA EM MIM!


Uma excelente jornada para todos nós.
Com boas vibrações e 
com nossa FÉ em alta frequência!



sexta-feira, 8 de maio de 2015



Aqui está o livro da descida.
Aqui começa o livro do Santo Graal.
Aqui começam os terrores.
Aqui começam os milagres.

- LENDA DO SANTO GRAAL -