LUZ, CURA, VISUALIZAÇÃO
Durante muito tempo, considerei o câncer como um inimigo, um alienígena, um verdadeiro invasor que, como tal, deveria ser combatido, aniquilado, extirpado do território do meu corpo. Tanto que o nome deste blog surgiu dessa concepção. Assim que descobri a recidiva criei o blog e li o livro A Arte da Guerra com objetivo de melhor entender como deveria me comportar como uma guerreira, tanto no plano físico-espiritual quanto emocional e psicológico contra o inimigo. Vi meu corpo como um campo de batalha em presença do adversário - o câncer. Nos meus exercícios de visualização, ocupava-me em montar imagens agressivas e sangrentas de verdadeiras batalhas ferozes sendo travadas entre as células de meu sistema imune e as células cancerígenas de forma a aniquilar estas últimas. Era uma visualização enérgica, movida a muita raiva e agressividade e ao final eu acabava me sentindo exaurida. Nem sempre eu dava continuidade. Nem sempre eu possuía a necessária disciplina para exercitar essas imagens três vezes ao dia conforme recomendado no livro do Carl Simonton e, por fim, eu acabei abandonando tudo isso.
Muitas outras leituras vieram depois. E com elas muitos outros aprofundamentos e reflexões. Uma compreensão maior ou mais ampliada ou sob novos ângulos a respeito da doença foi surgindo. E nessa linha de percepção, o entendimento de que o câncer não era um alienígena em meu corpo, como um vírus, uma bactéria ou algo do gênero. Ele era apenas um tecido de meu ser adoecido. Uma parte de meu corpo que se encontrava ferida de morte e completamente desorientada e em desarmonia com o restante do conjunto. Não por acaso, me veio ao encontro o poema da Adelia Prado: Eu ponho o amor no pilão com cinza e grão de roxo e soco. Macero ele, faço dele cataplasma e ponho sobre a ferida. Uma bênção poder ter esse olhar sobre a doença. Tempos depois me cai às mãos a história de cura de Shin-Ichiro Terayama já desenganado de um câncer pelos médicos e mandado para casa em sua fase terminal para morrer em paz junto de seus familiares. Em seu relato, ele afirma que acordava diariamente bem cedo para ouvir o canto dos pássaros ainda pela madrugada, assistir ao nascer do sol, respirar e agradecer a Deus por mais um dia de vida e jogar luz e amor sobre as partes adoecidas do seu corpo, ao mesmo tempo que buscava irradiar todo esse amor para tudo a sua volta. Ele se curou e está vivo até hoje! Leia mais sobre ele em: http://issseem.org/content/uploads/files/Bridges%202010_1.pdf
Posteriormente, vim a ler a jornada de cura de uma artrite reumatóide - doença também considerada incurável e deformante - da psicóloga canadense Marie Lise Labonté, utilizando, entre outros recursos médicos, exercícios complementares de visualização deitando luz e amor sobre as partes adoecidas de seu corpo.
Bom, histórias como essas, acredito existirem muitas. Um trabalho de pesquisa cuidadoso iria revelar maravilhas sendo operadas nesse sentido. O fato é que, fui mudando minha compreensão acerca da doença com nome câncer. Comecei a enxergar sua profunda dimensão e conexão espirituais. Passei a ver as células cancerígenas como mensageiras do apocalipse* que vieram até mim com uma mensagem de minha alma pedindo mudança - de estilo de vida, de atitude, de concepção de matéria e espírito, enfim... de renovação completa - de minha alma! Ou seja, ressignifiquei a doença, dei a ela uma nova interpretação, uma nova leitura. Passei a vê-la como algo que me chegou trazendo uma informação para o bem. E... a partir daí, já com a mensagem completamente decodificada, busco hoje acrescentar ao meu tratamento ortodoxo e convencional - no caso, uma quimioterapia -, exercícios de visualização passando para as células cancerígenas a mensagem de que sua missão está cumprida, de que nada mais há a fazer dentro do território sagrado do meu corpo, de que agora elas devem silenciar uma a uma e partirem para o fundo mais profundo e escuro das águas do mar, onde nenhuma luz ousa sequer brilhar, nem a luz do sol, nem a das estrelas, nem a do luar e de onde elas não devem nunca mais voltar! É esse o diálogo interno que tenho buscado.
Visualização é um trabalho diário. Mais que diário, é um exercício que deve ser realizado no mínimo três a quatro vezes ao dia. É o que dizem todos que dela se utilizaram com sucesso em seus tratamentos de câncer. Portanto... É remédio. Tem posologia. Requer cuidado, atenção, disciplina e seriedade! Tenho procurado isso! Cada vez mais!
(...) a imaginação atua sobre nosso próprio ser físico. As imagens comunicam-se com tecidos e órgãos, e até células, para promover a mudança.”
(Jeanne Achterberg, A Imaginação na Cura, p. 11)
(*) A palavra apocalipse significa revelação
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