ONDE TUDO COMEÇA

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sábado, 19 de abril de 2014

Eu... INANNA




DESCENDO EM ESTÁGIOS PARA DENTRO DO MUNDO INFERIOR: O MITO DE INANNA  

- I -

Inanna era a Rainha do Céu e da Terra. Atendendo a notícias de que sua irmã a deusa Ereshkigal, Rainha do Mundo Inferior, estava em sofrimento e dor, ela decidiu ir visitá-la. Inanna, erroneamente, assumiu que ela poderia descer facilmente. Ela descobriria, no entanto, que o poder e autoridade que ela possuía no mundo superior não tinha qualquer influência sobre como ela seria tratada no mundo inferior.

Inanna bateu imperiosamente no portão do submundo exigindo que a porta lhe fosse aberta. O porteiro-guardião perguntou-lhe quem era e lhe disse que para que sua passagem por ali fosse possível, havia um preço a pagar. Ela descobriria que não havia somente um portão, mas sete. E a cada um, o porteiro-guardião lhe dizia que ela deveria se despir de algo que estivesse usando a fim de que sua passagem pudesse ser admitida. A cada vez, indignada, chocada ante o fato de que pudesse ser assim, Inanna respondia com as palavras: “O que é isto?” E a cada vez lhe era dito: “Quieta, Inanna, os caminhos do mundo inferior são perfeitos. Eles não devem ser questionados." Seu magnifíco cocar, a coroa que designava sua autoridade, foi removida no primeiro portal. O colar lápis lázuli foi-lhe retirado do pescoço no segundo portal, a dupla corrente de ricas contas caindo-lhe sobre o peito foi-lhe removida no terceiro portal. Ela foi despida de sua armadura no quarto portal, de seu bracelete de ouro, no quinto portal. O cetro e o bastão foram-lhe retirados no sexto portal. E no sétimo, ela foi despida de suas vestes reais. Nua e curvada sobre si, ela adentrou os salões do mundo inferior.

Uma vez após outra, a cada portal, os símbolos de poder, prestígio, riqueza e ofício  foram-lhe retirados. Uma vez após outra, a cada portal, a retirada de alguma coisa a mais que a cobria era não esperada. Uma vez após outra, ela diria: “O que é isto?” e obtinha como resposta: “Quieta, Inanna, os caminhos do mundo inferior são perfeitos. Eles não devem ser questionados.”

(continua...)

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