ONDE TUDO COMEÇA

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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

HOJE NÃO! SEM GLAMOURIZAR O QUE DÓI, PLEASE!




O câncer não tem nenhum “glamour”. É uma doença que assusta, apavora, nos tira o chão, desassossega, nos leva ao desespero. Diante de seu diagnóstico não há como ficar indiferente. Ele nos coloca cara a cara com a possibilidade de finitude de nossa existência e nos faz redimensionar vida, tempo, relacionamentos, atitudes, comportamentos, valores.

Tenho visto muitas pessoas na net colocando posts cheios de charme e graça no encarar a doença. Acredito que elas estejam sendo sinceras com seus sentimentos de força, coragem, alegria, entusiasmo no encarar a jornada. Ser autêntico é fundamental nesse enfrentamento do problema. Ter humor mais ainda! Até porque nossas células sabem perfeitamente se estamos alegres ou tristes se estamos mentindo ou sendo verdadeiros  conosco mesmos. Suponho, porém, que  tão importante quanto olhar a doença por um lado luminoso e bem humorado é também se dar conta de seu lado sombrio, entristecedor, perturbador, limitante, incapacitante e ameaçador. E o quanto a consciência disso em alguns momentos pode nos levar a rios de lágrimas. E abaixo a auto-censura ou auto-recriminação. Somos essa gama de sentimentos alternados borbulhando no grande caldeirão de nossas emoções. Honrar e respeitar tudo isso reconhecendo sua existência dentro de nós é absolutamente fundamental. A percepção da leveza ou do peso também faz parte da cura. 

Em seu livro “O Paciente como Ser humano”, Rachel Naomi Remen afirma: “Tenho uma resposta enérgica para quem chama a doença de “mestre” ou que se refere a ela como “bênção”, afirmação comum nos livros que tratam do corpo-mente.”
Diz ela: 
Com frequência, a doença é brutal, cruel, apavorante, dolorosa e solitária. Entretanto os seres humanos podem enfrentá-la e crescer. Talvez possamos considerar o crescimento como a mais poderosa das estratégias para lidar com a doença. Minha experiência sugere ser mais correto dizer que qualquer coisa positiva que venha da doença não é uma função ou característica da natureza da doença, mas dos seres humanos e da força do espírito humano: a infinita capacidade das pessoas para acolherem a vida nas circunstâncias mais difíceis.

Penso que diante dos grandes desafios que a vida nos apresenta ao longo de nossa caminhada e dos quais o câncer - entre outros muitos! - pode vir a ser um deles, cabe nos fazer as seguintes perguntas(além de outras tantas pertinentes):

1.O que eu posso fazer com isso?
2.Como eu cresço diante disso?

3.Como posso transformar isso em um portal de sabedoria e iluminação para meu crescimento pessoal e não um obstáculo?


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