EU CAÇADORA DE MIM
Conforme afirma Clarissa Pinkola Estés, em MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS, sempre que a gente se põe a contar um conto de fadas, a noite vem. Não importa a hora nem o lugar. Não importa se é uma noite de inverno ou um ensolarado dia de verão. O fato de uma história estar sendo contada faz com que um céu estrelado e uma lua branca entrem sorrateiros pelo beiral de nossa janela, varanda ou sala e fiquem pairando acima de nossa cabeça, seus ouvintes. Por vezes, ao final de um conto, o aposento enche-se de amanhecer. Outras vezes, um fragmento de estrela fica para trás. Ou, ainda, um facho de luz rasga o céu tempestuoso. E não importa o que tenha ficado para trás. É com essa dádiva que iremos trabalhar para criar a realidade que queremos ver instaurada, resgatar nossa alma, promover nossa cura... E mais: o importante é que a hora de contar tais histórias seja determinada pela nossas sensibilidades e necessidades internas e externas.
Ainda segundo essa autora, no trabalho com arquétipos e com a cura, examinamos cuidadosamente a hora, o lugar, a pessoa e a “medicação” necessária. Contamos histórias quando somos convocados por elas. Não ao contrário.
Possa eu - e todos que aqui vierem compartilhar suas histórias! - aprender a despertar em mim todas as vozes de curanderas, cantadoras y cuentistas adormecidas, silenciadas, esquecidas, negligenciadas... E que por meio delas se faça jorrar toda a sagrada energia arquetípica - que é muito parecida com a eletricidade - necessária para resgatar a cura deste meu corpo-alma em seus múltiplos níveis: emocional, espiritual, mental e físico... Osso a osso, fio a fio, medula a medula, célula a célula...
Com infinita ternura pela sagrada tessitura da Vida!...
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