ONDE TUDO COMEÇA

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sexta-feira, 16 de março de 2012

EMPODERANDO A GUERREIRA E A CURADORA DENTRO DE MIM SEM MEDO DE SER FELIZ




O SEU MÉDICO INTERIOR PODE FAZER MILAGRES… NATURAIS
O seu médico interior pode realizar verdadeiras proezas terapêuticas.
Talvez você tenha também ouvido falar de certos casos extraordinários.
Com efeito, existem às centenas – quer estejam, ou não, oficialmente registrados nos anais da medicina. E isso levar-nos-á a comentar a maneira como a medicina tem tendência para “esconder debaixo do tapete” este tipo de curas excepcionais!
O jardineiro otimista
Com 68 anos de idade, John, jardineiro paisagista, tem de se submeter a tratamento devido a um cancro de estômago. É então que encontra o cirurgião Bernie Siegel.
Este último explica-lhe que seria preferível operá-lo imediatamente, antes de iniciar as suas férias.
O doente olha para ele e diz: “Está esquecendo de uma coisa.”
- “O que é que eu me esqueci?”
- “Da Primavera. Eu sou jardineiro paisagista e a minha atividade é tornar o mundo bonito. Deste modo, se sobreviver, será um presente. Se não sobreviver, deixarei um mundo bonito.”
Duas semanas depois das férias do Dr. Siegel, o doente comparece na sua consulta. “O mundo está bonito. Agora estou pronto”, diz ele.
A operação foi realizada e, nessa mesma noite, John parecia sentir-se extraordinariamente bem. Nada de dores intensas ou sensações de mal-estar. No entanto, as análises viriam a revelar que conservara ainda algumas células cancerosas.
O Dr. Siegel sugeriu então a John recorrer à quimioterapia e à radioterapia para as eliminar. Mas John diz-lhe de novo: “Está esquecendo de uma coisa.”
- “O que é que eu me esqueci agora?”, repete o médico.
- “Ainda estamos na Primavera. Não tenho tempo para me preocupar com isso.”
O homem parecia sentir-se perfeitamente em paz. Rapidamente se põe de pé e sai do hospital muito antes do tempo normal. Mas nunca mais volta para seguir os tratamentos que o Dr. Siegel lhe aconselhara.
Quatro anos mais tarde, o Dr. Siegel toma conhecimento que um homem com o mesmo nome que este jardineiro deverá vir à consulta.
A princípio julga tratar-se de um erro. Porque, segundo o relatório patológico, o jardineiro não tinha qualquer hipótese de estar vivo, uma vez que recusara os tratamentos suplementares.
E, no entanto, é mesmo ele. E vem ao médico devido a uma simples hérnia resultante do seu trabalho de jardineiro.
O cancro de estômago desaparecera completamente. E John continuara a viver ainda por muitos anos e a fazer aquilo que ele gostava acima de tudo: jardinar.
Um caso descrito na revista Câncer
Igualmente surpreendente é a história de Carol Knudtson, que demonstra, uma vez mais, como se pode desafiar todas as estatísticas médicas. Este caso foi descrito na revista Câncer em 1986.
Carol levava uma vida sem sobressaltos até o dia em que começou a sentir uma dor cada vez maior na região do pescoço. Ao fim de um certo tempo acaba por aparecer um inchaço.
A biopsia realizada demonstra que se tratava de um linfoma pertencente a um “subtipo histológico agressivo” para o qual as regressões eram extremamente raras. Quanto à esperança de vida, seria apenas de alguns meses.
De imediato, o seu primeiro médico diz-lhe: Com esta doença, pouco importa a idade, a cor da pele, os meios financeiros ou as suas crenças; não há esperança. Tanto Carol como o seu marido Dean ficaram em estado de choque. O marido de Carol acabaria por reagir intempestivamente e decide pedir uma segunda opinião na reputada Clinique Mayo.
A reação do seu marido restitui a coragem a Carol: “Tinha ficado completamente atordoada com o diagnóstico, mas mais tarde lembrei-me do que a minha mãe costumava me dizer: Deus dá a cada um somente aquilo que ele pode suportar; nunca mais do que isso.”
Passa então uma semana nesta clínica de renome, onde é submetida a exames mais profundos. No entanto, o resultado do primeiro médico consultado sairia confirmado.
Entretanto, tem a estranha certeza que o seu tumor está diminuindo e acaba por referir o assunto aos seus médicos. Carol lembra-se que estes a encaram com um sorriso, para lhe dizerem que tal é impossível.
Depois de o primeiro diagnóstico ter sido confirmado, Carol é remetida para seguir um tratamento no centro oncológico da Universidade de Wisconsin.
Aí, é examinada pelo Dr. Paul Carbone que não encontra mais do que “uma pequena framboesa” no local do tumor. Diagnóstico confirmado por um otorrino que, também ele, não vê nada para tratar!
O Dr. Carbone não tem outra alternativa senão apresentar o relatório seguinte: “Dada a aparente regressão da massa tumoral primária, a quimioterapia foi protelada e a doente seguida e examinada mensalmente por dois médicos. O gânglio linfático cervical regrediu completamente e o exame médico revelar-se-ia normal, no final do Outono de 1982.”
Ou seja, em menos de seis semanas, o tumor havia desaparecido como que por encanto!
Carol conta: “Continuei a ir às consultas e os médicos chamavam os seus alunos para lhes mostrarem a ave rara. (…) No último exame de controle, havia um jovem médico indiano que olhava para mim, completamente estupefato, e repetia: “Interessante, interessante.”
Remissões espontâneas, milagres ou curas extraordinárias?
Para a medicina oficial não há nada mais inquietante do que este tipo de casos que desafiam as estatísticas, os prognósticos dos médicos e os conhecimentos científicos. E raros são aqueles que os consideram “interessantes”.
Para fazerem face ao inexplicável, os médicos falam então de “remissão espontânea”. Esta expressão designa os casos de curas surgidas sem tratamento ou após um tratamento considerado insuficiente para curar.
No entanto, como afirma nomeadamente o Dr. Larry Dossey, um especialista em medicina psicossomática, devemos desconfiar desta noção de “remissão espontânea”, já que ela parece implicar que tais curas surgem por acaso. (Já para não falar do fato de esta expressão evocar a pouco científica noção de “geração espontânea” da época medieval.)
Falar de remissões ou de curas “espontâneas” é, portanto, uma forma de invocar certos caprichos estatísticos inofensivos. “Pode acontecer, mas isso não quer dizer nada…”
Para os que pensam desta maneira, tais curas inesperadas podem surpreender momentaneamente, mas elas não requerem qualquer exame mais profundo e não põem, de maneira nenhuma, em questão a prática ortodoxa da medicina.
A noção de “milagre” representa também um impasse
Há pessoas que preferem evocar uma intervenção divina para explicar o inexplicável. Deste modo, substituem o acaso estatístico pela vontade divina, sem ter em conta o poder de autocura de cada um.
De qualquer forma, do ponto de vista teológico, a noção de milagre corresponde a critérios muito restritos. É preciso, entre outras coisas, que a cura se processe muito rapidamente: 7 a 10 dias, no máximo.
Para saber mais sobre a questão dos milagres, pode consultar Les Guérisons miraculeuses, (As Curas Milagrosas) de Pierre Lunel. Este autor é presidente da Universidade Paris VIII e diretor do DEA de Direito Médico em Paris VIII.
E, no entanto, são curas bem reais
Para evitar qualquer ambiguidade, Caryle Hirshberg e Marc Ian Barasch propuseram os termos “cura notável” ou “cura excepcional”.
Estes termos são nitidamente mais realistas – e úteis.
Com efeito, se admitirmos que se trata de uma verdadeira cura e não de um simples efeito do acaso ou de uma intervenção celeste, estamos abrindo a porta para investigações que nos ensinam como funcionam os mecanismos sutis da cura.
Como iremos ver, uma abordagem deste tipo é nitidamente mais frutuosa.
Quais são os denominadores comuns das curas excepcionais?
Se falarmos de “curas excepcionais”, damos a possibilidade de descobrir denominadores comuns que desempenham um papel, em pano de fundo, nestes milagres afinal de contas tão … naturais.
→ Em primeiro lugar podemos observar que, por detrás de uma cura excepcional, está muitas vezes um doente excepcional.
É aliás nesta categoria de doente que Dr. Siegel classifica o primeiro caso citado:
“John está muito ocupado em viver para ficar doente. É o seu segredo.”
Efetivamente, sente-se, neste homem, uma confiança total no curso natural dos acontecimentos. Um traço comum a todos os que apresentam o “perfil do sobrevivente”, de que falaremos mais adiante.
No segundo caso citado entram igualmente em jogo determinados fatores invulgares. Assim, Carol havia sempre praticado uma forma de pensamento positivo desde a mais tenra idade. Além disso, era profundamente crente e colocava a religião no centro da sua vida.
É irrelevante se a grande dose de confiança provém de uma fé em Deus ou na vida. O resultado será o mesmo: deixar que o poder de autocura de cada um se revele a 100%.
Lembra-se daquele caso de cancro da garganta que contávamos na introdução?
Também aqui podemos deduzir determinadas características que vieram facilitar esta cura “inexplicável”: fé no poder de autocura do corpo, apoio de um médico de família esclarecido.
É assim que, analisando uma infinidade de casos, os investigadores conseguiram identificar vários denominadores comuns psicológicos que, em maior ou menor grau, estariam implicados nestas curas imprevistas. Iremos falar recorrentemente deles ao longo de toda esta obra, já que se trata de fatores que o leitor pode encontrar sem a ajuda de quem quer que seja.
→ Muitos outros casos indicam igualmente que as terapias não convencionais podem também libertar ou multiplicar as forças de autocura naturais:
- quer influenciando diretamente os processos biológicos de cada pessoa;
- quer gerando ou reforçando atitudes psicológicas que favorecem a cura.
Entre estas terapias podemos referir a fitoterapia, a acupuntura, a massagem, a auto-hipnose, a visualização, o biofeedback.
De referir que a eficácia de tais abordagens reside igualmente na sua visão não ortodoxa da doença. Como explica Monseigneur Jean Vernette, autor de Les Nouvelles thérapies, mieux vivre et guérir autrement (Novas Terapias: Viver Melhor e Curar-se de Forma Diferente):
“As medicinas alternativas têm uma concepção clara: a doença não é considerada como um adversário a eliminar, mas antes como um sinal de alarme precioso, que revela um desequilíbrio no homem, nas suas diferentes fases, desequilíbrio esse que a pessoa doente deve ser a primeira a tentar descodificar, com a ajuda de um terapeuta. Trata-se de uma medicina do terreno.”
Encontrar um sentido para a doença pode assim representar uma via privilegiada para a cura, como sugere, nomeadamente, a abordagem da biologia total.
→ Em certos casos, parecem intervir determinados fatores físicos ainda mal esclarecidos:
- Por exemplo, foram descritos vários casos em que os doentes se curam de uma doença grave após uma biopsia ou uma infecção associada ou não a uma febre elevada. O sistema imunitário poderia aqui ter-se mobilizado para reagir a este tipo de agressão imunitária.
- Por vezes, o doente reage extraordinariamente bem a certos tratamentos a que não se atribuíam grandes hipóteses de sucesso.
- Outros fatores podem desempenhar um papel importante nas curas espetaculares: genética, hormonais, reação alérgica, choque operatório, choque grave, como estado de coma, etc.
Aposte então na “formidável orquestração” das forças de cura
Como ficou bem demonstrado, o nosso corpo é uma máquina inteligente.
Em caso de doença grave, saiba então como “acolher” qualquer fenômeno invulgar, tal como a febre.
Evite analisar os seus sintomas como se se tratasse, necessariamente, de fenômenos patológicos. Encare-os mais como uma mensagem do seu médico interior cujo significado é preciso descodificar a longo prazo.
Se conseguir ter confiança no seu corpo e na sua capacidade de adaptação, pode ser que ele lhe reserve belas surpresas!
Norman Cousins, um grande especialista da medicina psicossomática, afirmou já que as curas excepcionais poderiam ter a sua explicação numa “formidável orquestração” de forças de cura.
Nesta perspectiva, um médico ou um terapeuta que obtenha curas excepcionais será um maestro capaz de fazer soar, de forma harmoniosa, as forças de autocura do doente.
Resta ainda dizer que é o seu médico interior que compõe e “prescreve” a partitura do seu canto de cura!
Se conseguir desenvolver o seu estilo de “escuta interior”, poderá ouvi-lo e ficar, assim, em condições de o entoar.
Fonte: do livro “O Fator X – Como curar-se mais depressa”


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